quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Rita [Poesia]

Sigur Rós – Gong

Sentir o teu coração bater acelerado contra o meu peito dá-me VIDA. Arranca-me de tudo onde existo e puxa-me para ti, para o significado de ter e ser. Deitamo-nos e a nossa pele desaparece, os nossos músculos deixam de acontecer, somos duas almas que se fundem e incendeiam. Descansas em mim e eu desapareço em ti. Não sei onde estou, com a única certeza de saber que nada disto pode ser real. Dás-me momentos da tua VIDA e esticas os meus sentidos, penetrando no meu olhar como uma flecha num coração saudoso. Agarro-te e tento sentir os cantos da tua música, que me embala em suaves murmúrios. Tenho tudo num segundo, e tenho o nada a quatro instantes. À beira do abismo agarro-te com força, sentes o meu toque e beijas-me violentamente, despedaçando a minha energia e construindo tudo o que tens no meu interior. Toda eu sou tua, toda eu voo, lado a lado contigo e com o que me fazes sentir. Viajo loucamente, de olhos fechados, completamente entregue ao doce sabor de desaparecer sem nada fazer, de existir sem nada temer.

O meu mundo é teu.

2 comentários:

Anónimo disse...

É por esta [Poesia], este sentir, que eu decidi há muito nunca morrer. Mas isso...é impossivel. Sendo assim, agarro-me a estes momentos agradáveis de leitura destas tuas estórias.

(E venha daí o segundo)

Grande abraço!

Catarina M disse...

Acho nunca tinha lido algo escrito por ti relacionado com sentimentos e que tenha deixado tão... rendida. Ou talvez esteja enganada e já tenha lido, mas neste momento, tudo o que escreveste antes deixa de ter significado. =)