terça-feira, 21 de outubro de 2008

Voltarei Para Ti

Beirut - Cherbourg
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Florbela,
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Ouço os meus colegas falar das suas namoradas de uma maneira que não consigo falar de ti… Talvez pensem que não tenho ninguém, que trago comigo apenas um nome inventado e uma descrição imaginada… Falam das namoradas de maneira que não consigo falar de ti. Descrevem as linhas dos seus corpos, a cor dos olhos, do cabelo, a tez da pele, e quando me perguntam, consigo apenas balbuciar alguns detalhes aos quais não presto tanta atenção. Isso deixa-me a pensar… Faz hoje dezanove meses desde que te vi pela última vez, com lágrimas a querer brotar, a incompreensão na expressão e a dor a todo o nosso redor. Lembro-me do que os meus olhos viram com exactidão, mas a razão pela qual não sei o que dizer aos meus colegas é que, mais que a cor dos teus olhos, mais do que qualquer bela característica que tenhas e os meus olhos alcancem, apenas consigo pensar na maneira como me fazes sentir, na maneira como és tudo para mim, nas coisas que sinto quando me sorris… Fico sem saber o que dizer, meu amor, pois creio não ser bom que chegue para definir com precisão o que, passado tanto tempo, ainda me fazes sentir.
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Vejo o declínio no olhar de toda a gente. Todos os dias perdemos um amigo qualquer, pensamos sempre que podemos ser o próximo. Cada dia tem sempre o potencial de ser o último, e vejo a desistência instalar-se em todas as almas que me rodeiam. Eu aguento-me com o meu sentimento por ti, e a esperança de poder passear de mão dada contigo mais uma vez, a esperança de poder amar os teus lábios novamente. Vejo, igualmente, o declínio no olhar de toda a gente da esperança de encontrar um par de braços abertos em casa… Quando me perguntam, poucos compreendem a fé que tenho de que ainda me amas, de que ainda me esperas.
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Sou teu como nunca fui de ninguém, sou teu como nunca mais vou ser de alguém. Sinto-te como minha, como o meu amor eterno que nunca quero perder, como a paixão juvenil que para sempre quero guardar.
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Assim me despeço, meu amor. Sabe que te amo e voltarei para ti.
Deste para sempre teu,
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Cesário

1 comentário:

Anónimo disse...

Ás vezes uma despedida é só um...até já.

[Ó jovem...esta tua caixa de comentários é um pouco complicada)

:(