quinta-feira, 9 de abril de 2009

Rita - Triste

Triste. Triste como um menino perdido. Tristes são as gargalhadas surdas que encosto à parede, o terrível som que se infiltra na minha língua, os lamentos desnecessários. Triste é não me querer ouvir. Ter dias debaixo da minha mão, segundos apertando a minha alma e fotografias dum futuro previsível.

Triste e agoniante. Mas belo. Como é belo. Como é bela a minha tristeza, como é belo o meu desespero e a minha entrega fora de tempo. Como amo, em segundos como este, o meu ser, a minha frívola ambivalência que nada mais quer do que tudo o que existe. Como amo a minha figura habilmente inesquecível, os meus cabelos cor de amor e os meus olhos de aroma adocicado.

Triste. Que seria de mim sem a minha tristeza? Um presente que nos oferecemos, um ao outro, um presente mascarado de um segundo, com o bónus da eternidade. Palavras perdidas algures dentro de ti, sensações em fúria pelo ar. Triste. Triste como tu.

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