The Gift – How the end… always end
.
- Sabes que eu gosto muito de ti, não sabes? – Estávamos sentados
.
- Sabes que eu gosto muito de ti, não sabes? – diz-me então – Terás sempre um lugar especial no meu coração, como a amiga que eu nunca vou perder!
.
Passado uma hora eu permanecia no mesmo sítio. Ignorei os seus pedidos para ir para cima, disse que não estava a fazer birra, e acho que só o percebeu realmente quando o olhei e supliquei, os olhos, imagino, a transbordar, para ir embora. Via, de vez em quando, alguém a espreitar por detrás da cortina a rir, e ele a afastá-los, com cara de chateado. Olho para trás, as lágrimas percorrem a minha face. Cansa. Olho para trás, começo a sentir as ondas de som embater no meu corpo, a festa começa… começava. Cansa. Cansa ser assim, cansa ter sempre o mesmo tipo de relações. Sou sempre a melhor amiga de toda a gente, mas nunca sou o que realmente quero ser para ninguém. Chego a casa. Agora sim, o presente. Chego a casa, dispo-me.
.
- Não ias à Queima?
.
- Estou doente. – largo, com voz chorosa. A mensagem é recebida, e sou deixada
.
Sinto como uma injustiça inqualificável o facto de ser julgada e (não) amada apenas pelas fronteiras do meu corpo. Sou amada pelo que sou por mais gente do que preciso, não sou amada por ninguém da única maneira que preciso.
.
Receio que o que sempre amei em mim, o meu espírito, possa apodrecer fruto do que os outros não amam em mim.
1 comentário:
Lindo! Tenho de perguntar... onde a foste buscar? quem é ela? ou quem pensas que poderia ser?
Enviar um comentário