terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Pensar

Nem sei se estou triste ou contente. Nem sei se hei-de pensar ou não pensar. Pensar tem a magia de nos atirar para qualquer um destes dois campos. É das poucas coisas que é fácil de fazer, mas ao mesmo tempo custa. Muitas vezes, algo que é fácil, não custa. Mas pensar, basta querer. E o que descobrimos, pode custar. Podemos guiar o nosso pensamento para onde quisermos, mas e a partir daí? Talvez apenas o ponto de partida da reflexão dependa de nós. Falo por mim. Os meus olhos fazem-me voar, fazem-me entrar em cada realidade, fazem-me pensar. Olho à minha volta, calado, e tudo o que quero é pensar. Pensar sozinho. Penso nas pedras da calçada, nos senhores que trabalham neste café, nas nuvens no céu, penso em mim. Penso, mas não me farto de pensar. Acho que pensar traz mais consciência à nossa VIDA, especialmente quando saímos do nosso próprio corpo e pensamos uns metros acima, observando-nos completamente imersos numa realidade e numa sociedade que queremos conhecer. Vemo-nos como mais um, apenas mais um, e pensamos se é isso que queremos ser, se é isso que queremos fazer… Incrível como a insatisfação é tão humana. Talvez seja ela… ou melhor, de certeza que é ela que nos faz querer mais, que nos faz abrir os braços e agarrar o que queremos. Detesto a resignação. Detesto quando fechamos esses mesmos braços, e entramos numa senda interminável de dias que se passam uns atrás dos outros, agarrados a uma rotina que nos dá a falsa ideia de uma felicidade alcançada. Lá estou eu a falar no plural. Peço desculpa. Posso falar apenas por mim.

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Claro que depois podemos pensar no Caeiro. Questionar o que havia ao seu redor não era o seu forte, e ainda assim vivia feliz na sua VIDA descritiva. Mas… claro que pensava. Apenas não questionava. E isto… deita por terra a minha teoria. É que para mim pensar está indissociável de questionar. E é isso que me faz feliz. Tomar consciência através do pensamento, questionar, e mediante a resposta à minha própria questão, mudar, para ser mais feliz, para fruir mais da VIDA.

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Mas isso, claro, sou eu… sei apenas o que vai dentro de mim.

2 comentários:

Anónimo disse...

Pois...eu também penso, mas nem sempre certo. Sou um insatisfeito e um "rilhacacos" como a minha Maria me chama :o)
abraço grande

Anónimo disse...

Gostei muita deste "pensar". Traduz todo aquele que não sente aliano, que tem consciência de si próprio. E por vezes é tão desconfortável termos consciência de nós próprios.